Esse projeto vem estimulando o trabalho dos professores e estudantes da EJA.
Centro Integrado Cristo Redentor
São José da Vitória-Ba. Ano: 2010
Gestora: Dilma Tânia C. dos Santos
Vice gestora: Lucivânia Costa
Coordenação Pedagógica: Rezonilda Almeida dos Santos
Docentes: Aldanara Alencar, Edmilson Messias, Geni Silva, Humberto Carlos, Isa Fabíola Almeida, Juciara Donato, Luci Maria, Mara Núbia, Mirian Barros, Railda Mares, Rodson Costa, Sandra Paim, Sheila Viana, Telma Lopes.
Seguimentos: Educação de Jovens e Adultos
Tempo estimado: 27/10/2010
Projeto Cultural: Construindo saberes ressignificando conceitos.
1. Justificativa:
Considerando que o Brasil é um país pluricultural, com base na Lei nº 11.645 de março de 2008, que exige repensar, relações étnicas raciais, sociais, pedagógicas, procedimentos de ensino e condições oferecidas pela aprendizagem, pretendemos realizar um trabalho com métodos que favoreça o fortalecimento de identidade e o compromisso com a formação de cidadãos atuantes e democráticos — capazes de compreender as relações sociais e étnicos raciais de que participam ajudar a manter e/ou a reelaborar sua história, fatos e situações com base em diferentes perspectivas; de atuarem em áreas de competências que lhes permitam continuar e aprofundar estudos em diferentes níveis de conhecimento.
2.Objetivo Geral:
ü Compreender que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura e história próprias, igualmente valiosas, e que, em conjunto, constroem, na nação brasileira, sua história.
3. Objetivos específicos:
ü Ampliar conhecimentos sem serem obrigados a negar a si mesmos e aos grupos étnico-raciais a que pertencem e a adotar costumes, idéias e comportamentos que lhes são adversos.
ü Ter consciência política e histórica da diversidade e a igualdade básica de pessoa humana como sujeito de direitos que pertencem a grupos étnico-raciais distintos, possui cultura e história próprias, igualmente valiosas, e que, em conjunto, constroem, na nação brasileira, sua história.
ü Superar a indiferença, injustiça e desqualificação com que a maioria dos afros descendentes, os povos indígenas, ciganos, europeus e também as classes populares, às quais eles no geral, pertencem, são comumente tratados.
4. Desenvolvimento:
Para o desenvolvimento deste projeto, a metodologia usada deverá fortalecer a auto estima e a construção da identidade dos sujeitos que dela participam. Tendo em vista a conexão dos objetivos, das estratégias de ensino e atividades com a experiência de vida dos alunos e professores, valorizando aprendizagens vinculadas às suas relações com pessoas negras, brancas, mestiços, assim como as vinculadas às relações entre negros, indígenas e brancos no conjunto da sociedade.
As escolas brasileiras em geral são complacentes com os padrões de desigualdades que se estabelecem no seu interior. A desconstrução deverá ser por meio de questionamentos e análises críticas, objetivando eliminar conceitos, idéias, comportamentos veiculados pela ideologia do branqueamento, pelo mito da democracia racial, que tanto mal fazem a negros e brancos. Segundo Bourdieu (1970), “as escolas em vez de ter uma função transformadora, ela reproduz e reforça as desigualdades sociais.
A presença de estereótipos nos livros, revistas, gibis, jornais, televisão e outros materiais, podem promover a exclusão, a auto rejeição e a baixa auto estima que dificultam a organização política do grupo estigmatizado. O professor pode vir a ser um mediador inconsciente dos estereótipos se não tiver uma reflexão na sua ação. Nesse contexto, os orientadores de aprendizagens deverão promover ações pedagógicas inovadoras. Os orientadores e educandos pensam decidem, agem, assumindo responsabilidade por relações étnico-raciais positivas, enfrentando e superando discordâncias, conflitos e contestações, valorizando os contrastes das diferenças.
5. Propostas de atividades:
Diário de bordo;
Sarau Poético;
Documentário;
Literatura de cordel; (Confecção de um livro);
Pintura de obras de arte de artistas famosos;
Refletir qual o espaço que a cultura de tradição africana, indígena e outras etnias ocupam na escola e na sociedade de forma geral;
Histórias reais;
Feira cultural;
Estudo sobre os Quilombos da Bahia;
Preconceito nas religiões;
Causos e poesias;
Leitura compartilhada;
Leitura de imagens;
Pesquisar biografias de personalidades negras;
Dobradura de um barco para ser transformado em camisa;
Palavras indígenas, africanas e outras usadas no nosso cotidiano.
Exploração e montagem de cartazes que valorizam o negro como membro da sociedade;
“Recitafro”, interpretação, produção e declamação de poemas voltados para a temática de combate ao preconceito racial e resgate da história do negro contada do ponto de vista do negro;
Atividades interdisciplinares utilizando músicas;
Uso de mapa;
Dicionário;
Colcha de retalho para contar a história das etnias que forma a população brasileira;
Jogo de Desafio;
Rede de trocas;
Estudo de provérbios;
Contos;
Quebra cabeça;
Palavras cruzadas;
Pesquisa de piada que menosprezam as pessoas;
Confecção de um jornal da sala ou da escola;
Poesias;
Estudo sobre a vida de zumbi dos Palmares (História);
Local que zumbi viveu (Geografia);
Análise e interpretação de diversos textos;
Atividades sócias educativas e culturais envolvendo os educandos, os orientadores e a comunidade, apresentando outra versão da abolição segundo a visão do negro;
Reflexão partindo de reportagens, relatos e novelas;
Análise e combate de piadas e provérbios que envolvem o negro de forma negativa;
Momento de socialização cultural através das diversas manifestações artísticas;
Realização de “Encontros Culturais”;
Dança
Discussões e debates envolvendo os temas relacionados à valorização do negro e do índio na sociedade;
Dramatizações e produções de artes visuais;
Contos;
Estudo de biografias de personagens negras da História;
Contar a história das etnias que forma a população brasileira em uma colcha de retalho.
Dinâmicas.
Promover internamente, entre profissionais de educação, um estudo mais aprofundado sobre: discriminação agravada sobre as mulheres negras, índias e loiras.
Cenário de genocídio sobre os jovens negros. Após esse estudo interno, pode-se pensar em atividades com jovens e para os jovens;
Pesquisa;
Musicalidade. (frevo, samba, xaxado, rap, regue, funk, axé...);
Literatura: Destacar os poetas e escritores:
Ditos populares;
Adivinhações;
Filmes: Atlântico Negro- Na Rota dos Orixás (documentário);
Quilombos da Bahia (documentário);
Vista a minha pele (documentário);
Mãos Talentosas;
Terra dos Índios (documentário);
A Negação do Brasil (Documentário);
Olga.
Músicas: Identidade – Jorge Aragão
Respeitem meus cabelos Brancos- Chico César
A carne - Elza Soares
Madagáscar – Olodum
Senegal - Olodum
Sorriso Negro – Dona Ivone Lara
Pérola Negra – Daniela Mercury
Observação: Preparar a sala para que fique bem aconchegante.
Livros: Contos de Assombração
Causos arrepiantes de Redenção da Serra- Maurício Pereira
Contos de Adivinhação- Ricardo Azevedo
Lendas Brasileiras para Jovens- Luis da Câmara Cascudo
História de Biruta- Alberto Martins
A árvore do Brasil
Cena de Rua – Ângela Lago
Avaliação: Conforme explicitado por autores como C. Luckesi (1998) e Ana Canem (1998), a avaliação diagnóstica é um processo que acompanha o ensino aprendizagem. Buscar “diagnosticar” as dificuldades e transformar as práticas pedagógicas de forma a superar os pontos críticos e favorecer uma aprendizagem efetiva. O planejamento e a atuação do educador deverão ser avaliados cotidianamente bem como um Feedback avaliativo.
Referencias:
ü BRASIL. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96.
ü CANEM. Ana “Avaliação diagnóstica: rumo a escola democrática”, in Ensino Fundamental. Série de Estudos – Educação a Distância. MEC/sead, 1999.
ü FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1996.
ü Lei nº 11.645/08 – Estudo da História e Cultura afro-brasileira e indígena.
ü LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola relacionando conceitos e recriando a prática. 1º edição, Malabares, Comunicação e Eventos. Salvador, 2003.
ü Zabala. Antoni. A prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e, se pode aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”
(Nelson Mandela)
Martin Luther King: eu tenho um sonho, que algum dia em nosso planeta não haverá mais necessidade de se discutir, de se escrever sobre os problemas dos negros, dos índios, dos homossexuais, dos ditos “diferentes”, porque nesse dia todos os seres humanos terão a consciência de que o que vale muito mais é o amor entre todos, em qualquer rincão desse nosso planeta onde ali se encontrar um ser chamado humano.
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